11 de Setembro de 2007. Os relâmpagos iluminavam a cidade, num repente de luz. Os trovões assustavam cães e pessoas, num rimbombar angustiante. A chuva caía desalmadamente. «É o fim do mundo», pensou Marquitos. «Pior, são os talibãs!», concluiu rapidamente, naquilo que julgou ser um rasgo de lucidez. Estava nervoso, o Marquitos. Inquieto. Há uns dias que vinha a pensar nisto, a magicar a melhor forma de lhes chamar a atenção. Uma espécie de grito contido que diz «estou aqui, olhem para mim, falem comigo!». Aquele augúrio de juízo final ou de ataque terrorista era o mote perfeito. Inspirou fundo, fez a fotossíntese pela última vez, e atirou-se da janela. Descansa em paz Marquitos, no quintal da vizinha. Vizinha, desculpe lá qualquer coisinha. O que vale é que o vaso era de plástico. De qualquer forma, há muito que passou a época dos manjericos.