Friday, September 29, 2006

A incrível e triste história da Fininha e do Chunga

Fininha era a rapariga mais mal criada e ordinária que aquela rua alguma vez tinha conhecido. Falava sempre aos gritos e fazia questão de introduzir nas suas frases duas ou três asneiras para compôr a coisa. As mãos apoiavam-se nas ancas amiúde, como que a dar balanço ao berro seguinte.
A hora preferida para a Fininha dar o ar de sua graça, era, geralmente, depois da meia-noite, para ter a certeza que toda a gente ouvia, já que as casas estavam mergulhadas no silêncio do sono.
Chunga era um miúdo de andar gingado, boné, brinco de ouro (ou brilhante), unhas roídas e asneira sempre pronta.
Dizia "prontos", "tivestes", "falastes" e escrevia "fodasse" em vez de "foda-se".
A Fininha e o Chunga conheceram-se numa feira, ao pé dos carrinhos de choque e desde aí não se separaram mais. O que eles mais gostavam de fazer era discutir no meio da rua, alto e bom som, sem ligar a horas nem a nada. Naquele momento mágico só existiam eles os dois.
Ontem à noite a coisa complicou-se. A Fininha e o Chunga não só discutiram (devia ser uma da manhã) como também se envolveram à pancada. Ele chamou-lhe puta e disse que não queria que ela andasse com a amiga que a acompanhava no momento. Ela mandou-o para aquele sítio e disse que ela era sua amiga. Ele disse que ia fazer queixa à mãe dela, que já tinha dito que não queria sua filha Fininha em tais companhias. Seguiram-se uns estalos e o Chunga a gritar para ela se ir embora. Fininha foi, sempre aos berros, rua abaixo, com a amiga maldita pelo braço. Chunga arrependeu-se e ali ficou, de boné na cabeça, a chamar pela Fininha, inconsolável nos seus gritos.

Wednesday, September 27, 2006

Era uma vez...

...um senhor velho, muito velho, daqueles que andam devagar e balançam o corpo para a esquerda e para a direita como se fossem coxos das duas pernas.
Ora esse senhor tinha um carro vermelho, velho e podre como ele, cheio de tralha no banco de trás, incluíndo um pequeno banco de plástico cujo propósito ainda não foi esclarecido.
Todos os dias o senhor velho, de andar lento e coxeante, entrava dentro do carro à mesma hora. Sentava-se, apertado entre as costas do banco e o volante, ligava o bólide e ficava ali a acelerar, a acelerar. O senhor velho nunca saía do mesmo lugar, apenas acelerava, cada vez mais, até todos os vizinhos virem à janela, de expressão colérica na cara e punhos cerrados.
Era um barulho e uma poluição que não dava para aguentar. Em vez de dar uma voltinha com o carro, o homem, o velho, o jarreta, com medo de perder o lugar de estacionamento, só acelerava, de travão de mão puxado e nenhuma mudança metida.

Tuesday, September 26, 2006

E o novo inquilino nas Alminhas é....



Fausto Miguel "Serôdio"! Sim, é o nosso pequeno microondas que desde domingo é a riqueza da nossa cozinha. Já está habituado ao seu cantinho, é feliz, sossegado, um pouco falador, ainda não tem muito trabalho mas está ansioso por aquecer a nossa comidinha. É o Fausto Miguel, que mais se pode dizer? Um querido.
Welcome Fausti.

Monday, September 25, 2006

Alminhas texugas

O dia de ontem foi passado entre puré de batata, bolo de laranja, feito às seis da tarde e do qual sobrou uma fatia, massas, chocolate, televisão, televisão e mais televisão, uma pregadeira nova, net, relatos da viagem à Madeira + algumas lagrimitas de Mariana, gargalhadas, cigarros na varanda (bem espalmada contra a porta para não apanhar chuva), televisão, mais risos e mais ainda.
Ah, e um café à uma da tarde no Bairro Alto, de Público e Sábado na mão.

Friday, September 22, 2006

Já há net na Madeira!!!

Pois que por aqui não há chuva que nos atinja e tem estado um tempo espectacular! A net só veio hoje e eu ja estou quase de mala aviada para voltar para as Alminhas, mas de qualquer maneira deixo-vos um pouco da pérola do atlântico:


O difícil vai ser voltar ao trabalho...

Até Domingo babes!

Para um dia chuvoso, as Alminhas recomendam:

"Quelques Jours en Setembre"

Com esta grande querida



e este grande querido



e ainda o gordo do Nick Nolte

Wednesday, September 20, 2006

Nas Alminhas...

salta tudo cedinho da cama, não sei antes insultar o despertador
não se conversa muito antes das dez da manhã
o cesto da roupa suja está sempre cheio e prestes a rebentar
preenche-se tudo com flores,corações e cores
existem três plantas: o Gualter, a Gigi e o Gervásio
(esquecemo-nos, frequentemente, de as regar)
fazem-se brincos e fios lindos de sonho
não pode faltar massa, iogurtes e chocolates
fazem-se albuns de fotografias
experimentam-se receitas e bolos
espreitamos por todas as janelas as vidas dos vizinhos
não perdemos o "everybody loves raymond", "csi" e outras que tais
devoramos filmes, pipocas e gomas
pensamos em aniquilar todos os pombos do bairro
já se discute onde colocar a árvore de natal
é sempre bom chegar a casa.

Monday, September 18, 2006

Don't Panic!


Sismo - vulgarmente conhecido por abalo, tremor de terra ou terramoto - representa o termo de uma série de fenómenos que têm lugar, na maioria dos casos, no interior da Terra.

Até aqui tudo bem, pensam vocês. Mas, e se 4 pequenas crianças produzissem o mesmo efeito quando estamos no SOSSEGO DO LAR, repito, SOSSEGO DO LAR?!

O pior é descobrir que…

Os abalos que se seguem a um sismo - réplicas - podem repetir-se durante DIAS ou mesmo SEMANAS.

(SEMANAS???)

Ora hoje diz que é dia de réplica. Ele é guinchos, ele é gritos, ele é móveis, frigoríficos e panelas pelo ar (a julgar pelos sons…), e isto meus queridos, no andar de baixo! Ah, o SOSSEGO do lar..

Segundo a Escala de Mercalli, no nível V : Toda a população se apercebe do sismo. Muitas pessoas acordam. Oscilam os objectos pendentes e podem parar os relógios de pêndulo. Cai cal das paredes, estuques e objectos mal equilibrados.

Estão a perceber a ideia?

"Querido Mudei a Casa" por favor, ouve o nosso apelo, e (para além de nos renovares a sala que nos dava tanto jeito ai muito obrigadinha) QUEREMOS VIDROS DUPLOS e tudo o que houver para deixarmos de ouvir os terroristazinhos.

É que ele há dias em que nas Alminhas chegamos mesmo ao nível VII: Pânico geral!!!!!!

Madeira

E pronto, Alminha Mariana e 4ª Alminha já estão na "pérola do oceano". De avião, lá foram eles, tuca, tuca, tuca, rumo ao desconhecido.
Mariana volta daqui a uma semana, a 4ª Alminha, Celsius Filipis, daqui a dois anos.
Boa sorte grande querido!
Volta depressa Mariana!

Friday, September 15, 2006

Jantar "Surpresa" para a nossa 4ª Alminha-que-está-aqui-está-na-Madeira-a-controlar-tudo-o-que-é-avião. Nós por cá vamos ter saudades

20h15 - Tudo pronto: arrozinho pronto, carilzinho de camarão pronto, salada pronta, vinhinho na mesa, gelados no congelador, musiquinha, aviões giro giros feitos por leididi a enfeitar a sala e a mesa de jantar, as prendas no lugar do convidado de honra.
20h16 - Enviar mensagem a alminha Mariana "podem vir, está tudo pronto!"
20h25 - Espreitar na varanda quando é que eles chegavam
20h26 - Espreitar de novo na varanda se já estavam a chegar
20h27 - ..
20h39 - Ainda na varanda à espera
20h42 - São eles - alminha Mariana e a 4ª alminha - Celsius!!! S U R P R E S A - pronto, a surpresa não foi total, mas foi uma boa tentativa =)

23h15 - De barriga muito cheia, no sofá, Cidade de Deus na TV, 2 alminhas feitas artesãs e 2 alminhas já de pestana fechada

Próxima reunião especial 4 alminhas: MADEIRA!

Thursday, September 14, 2006

Que bom que é chegar a casa e...

...e ter bolinhos à nossa espera.
Nas escadas já se sentia o cheirinho. Pensei: «quem me dera que viesse lá de casa». E não é que vinha mesmo??
Mariana voltou do nuorte inspirada e fez areias para as meninas!
Um grande bem haja, que a malta para bolinhos, está sempre pronta!

Wednesday, September 13, 2006

De como as Alminhas se vêem aflitas para dormir

Não canso de me espantar com a falta de consideração das pessoas, com a maneira como algumas criaturas se estão nas tintas para as outras.
Vivemos - provavelmente - na rua mais barulhenta de Lisboa. E não me venham com o Bairro Alto: aí já se sabe ao que é que se vai.
Ora ontem, cerca da meia noite e meia, estava eu quase adormecer, naquele limbo mole, em que não se sabe muito bem quem somos quando, de repente, um grito me despertou em sobressalto. E então o que era? Um bando de gajos estúpidos, sem respeito nenhum por nada nem niguém e com idade para ter juízo, acharam que era giro, àquela hora, ir jogar à bola em frente ao nosso prédio. Para além dos pontapés na bola, na bola a bater no chão e nos carros, podiam ouvir-se urros de felicidade, gritos frustrados, gargalhadas e sei lá que mais.
Disse duas asneiras e chamei-lhes todos os nomes que me ocorreram no meio de tanto sono, levantei-me decidida a deitar azeite a ferver pela varanda, abri as persianas e disse «não se importam de fazer menos barulho?É que já passa da meia noite». Isto com cara de má e alto e bom som. Só um deles se dignou a olhar e só um disse que sim. Pedido de desculpas, nem ouvi-lo.
E deixaram de fazer barulho? Sim, duurante os seguintes três minutos. Depois voltou tudo ao mesmo. E eu adormecer? Está bem, está. Estive vai não vai para chamar a polícia, como de resto já fizemos duas vezes, mas estava tão abananada de sono que não consegui. Lá para a uma e tal os parvalhões dos rapazes calaram-se e eu pude, finalmente, adormecer em paz e sossego.
Não sei se a Mary deu por este desassossego, é coisa para lhe perguntar.

Tuesday, September 12, 2006

De como as Alminhas passaram o fim-de-semana em grande

Diz que foi no norte, para ao pé de Amarante/Celourico de Basto. Diz que era a quinta mais bonita que alguma vez tinham visto, um misto de sítio mágico e campestre, cheio de verde e de uvas e de água e flores e de borboletas.
Diz que um dia vai ser turismo rural e toda a gente vai poder conhecer, porque um sítio tão bonito tem de ser partilhado.
Chegámos ao Porto quase à meia noite de sexta-feira. Depois de muito quilómetro e vários soninhos ( basta que deixem de falar comigo durante três minutos para adormecer. Isto dá-me nos carros e na praia), entrámos, triunfantes, pois claro, no Capa Negra (II) para uma francesinha nocturna. O sítio estava cheio e as pessoas sempre a chegar. No fim da refeição sono era tanto que já não tínhamos a certeza de quem eramos ou onde estávamos. Mais uma hora até à quinta, mais um soninho. A cama só apareceu lá para as três da manhã.
O fim-de-semana passou-se entre piscina, comida, banho turco, comida, fotografias, comida, jogar party, comida, passeios, comida e sono. E comida.
O regresso, doloroso, foi feito apenas por duas alminhas (Mariana ficou por lá com o seu mais- que-tudo vulgo 4ª alminha) e de comboio. Novata nestas coisas de alfa pendulares, estava contentíssima com a experiência.
Quando o comboi chegou, feitas as despedidas, Leididi (eu), do alto do meu metro e setenta e pouco - digo pouco porque eu e o arquivo de identificação ainda não chegámos a acordo no que concerne à minha altura: eu acho que tenho 1,73, eles insistem que eu tenho 1,72. A minha mãe diz alegremente que eu tenho 1,72 e meio, o que dá imenso jeito. Ora eu, elegantíssima, de saco horrendo vermelho ( gentilmente oferecido pelo círculo de leitores) ao ombro, garrafas de vinho na mão e mala de gaja no outro ombro, vai de entrar para o comboio, quando, qual cinderela, deixo cair a bela da havaiana laranja. Vai de rabo para o ar, pé no chão, os sacos em risco de cair dos ombros, uma fila atrás para entrar, eu com ataque de riso que chega sempre na hora certa, Mary atrapalhada com tanta a coisa a dizer «eu não consigo apanhar, eu não consigo» e voilá, finalmente o chinelo perdido.
A viagem fez-se tranquilamente, não sem antes fazer uma visita à carruagem bar para pedir fones (a pilha do MP3 decidiu acabar e a CP tem rádiozinho nas carruagens) e chegar à conclusão de que a viagem de comboio, quando se está de pé, se assemelha perigosamente à de barco, com enjoos e tudo.
Como vizinhas do lado tínhamos três cegas que não se calaram a viagem toda, valha-nos Deus, que barulhentas. Eu, a certa altura, desliguei, mas Mary ainda ouviu umas histórias bem engraçadas que depois partilhou comigo, nomeadamente de quando uma delas disse bom dia a um caixote do lixo, pensando tratar-se duma pessoa.
Agora vejam as fotos bonitas, mesmo aí em baixo.

Monday, September 11, 2006

Friday, September 08, 2006

À vossa espera no sítio do costume (não no Pingo Doce, mas no nosso frigorífico!)


São pastilhas elásticas? É leitão? É farinheira?
Não!
É a super tarte de maçã que mamãe fez!!!!!!!!!!!!!!!

Thursday, September 07, 2006

Tuesday, September 05, 2006

De como as alminhas ontem tinham um pombo esvoaçante nas escadas

E foi mesmo. Ontem. Dei com a porta das escadas aberta e fechei-a, pensando que alguém se tinha esquecido. Considerei que uma porta de escadas não é para estar escancarada para toda e qualquer criatura entrar.
Começo a subir as escadas, tuca, tuca, tuca, para me preparar para o belo concerto, tuca, tuca, tuca, quando ouvi um bater de asas, assim para o deseperado. Olhei para cima e - horror! - um pombo ansioso devolveu-me o olhar, com os seus pequenitos olhos pretos.
Agitava as asas rapidamente, tentando manter-se agarrado à parede mas eu já só pensava que a pequena criatura iria, das duas umas, agarrar-se ao meu cabelo para nunca mais sair ou espetar-se contra a minha testa, biquinho incluído.
Gritei, o que nunca ajuda, e corri para a porta de casa, que abri rapidamente.
O pombo lá ficou, coitado.
Finalmente chegou a alminha Mariana, que trouxe um reforço masculino, que em tempos diz que foi escuteiro, que com a ajuda duma toalha agarrou no bicho e o devolveu à liberdade. Não sem antes ter tentado espantar o bicho com uma vassora para dentro de casa, experiência que eu boicotei, sem querer, por não ter fechado a porta de casa assim que o pássaro entrou para a entrada (para depois o conduzir à janela). A modos que congelei e não fui capaz de me aproximar do dito.
Mas tudo correu pelo melhor e o pombo já anda pelos céus de Lisboa a cagar cabeças, parapeitos e estátuas, como só estes bichos sabem fazer.

Monday, September 04, 2006

PÁRA TUDO...



Hoje é o grande dia. 6 anos depois lá estaremos para adorar os nossos meninos lindos de Seattle! 2 dias de muita música e muita emoção.

PEARL JAM ao vivo no Pav. Atlântico e as alminhas lá estarão para aplaudir.

Saturday, September 02, 2006

Alminha Abandonada

Pois que eu, alminha mariana fui abandonada pelas duas outras alminhas este fim de semana! Lá foram elas arrasar para as praias do Algarve!
Eu, pela primeira vez, dormi sozinha, completamente sozinha cá em casa mas tsudo beeemmm...
VOLTEM DEPRESSA!! mas divirtam-se muito suas sonsaaas