Wednesday, September 27, 2006

Era uma vez...

...um senhor velho, muito velho, daqueles que andam devagar e balançam o corpo para a esquerda e para a direita como se fossem coxos das duas pernas.
Ora esse senhor tinha um carro vermelho, velho e podre como ele, cheio de tralha no banco de trás, incluíndo um pequeno banco de plástico cujo propósito ainda não foi esclarecido.
Todos os dias o senhor velho, de andar lento e coxeante, entrava dentro do carro à mesma hora. Sentava-se, apertado entre as costas do banco e o volante, ligava o bólide e ficava ali a acelerar, a acelerar. O senhor velho nunca saía do mesmo lugar, apenas acelerava, cada vez mais, até todos os vizinhos virem à janela, de expressão colérica na cara e punhos cerrados.
Era um barulho e uma poluição que não dava para aguentar. Em vez de dar uma voltinha com o carro, o homem, o velho, o jarreta, com medo de perder o lugar de estacionamento, só acelerava, de travão de mão puxado e nenhuma mudança metida.

7 comments:

Mariana said...

Pois é, para além das crianças do demo, as alminhas também têm que aturar as pancas dos velhos lá da rua! Haja paciência...humpfff

Anonymous said...

Mas há alguma coisa que não vos aconteça?? Devem morar na rua mais surreal de Lisboa....

mary said...

ainda não entrou uma gaivota sala adentro. mas já não deve faltar muito
;)

Anonymous said...

na minha outra casa de campo de ourique também havia um senhor assim...
entretanto... tenho MUITAS saudades das alminhas!!!!!! beijos a todas!!!!

AMS said...

Quiça essa é a única coisa que esse senhor velhor tem para fazer o dia todo!!!

Anonymous said...

Que disparate!Então querem que o velhote utilize o carro para passear?Ainda tem algum acidente...
Ali paradinho é garantido que não lhe acontece nada. E assim se for acelerando tem sempre o carro pronto para um eventual passeio...num dia em que perca a cabeça.

Anonymous said...

Oh minhas amigas, um velhote é mau, chateia e coiso e tal, mas acreditem que há pior.
Lá na minha nova rua são dois, pai e filho, e têm três carros. À tardinha é certinho que saem os dois de casa - com as respectivas senhoras que vêm só aproveitar o espectáculo - e enquanto um puxa o veículo para a frente, a guardar lugar, o outro vai a acelerar que nem louco e dá uma voltinha ao quarteirão. Depois trocam. No entretanto, um dos carros, que está tão podre que não aguenta subir a rua, fica sempre no mesmo lugar, mas faz muito mais barulho que os outros dois juntos.
Por favor arranjem um plano qualquer para por fim este flagejo.
Beijinhos