Tuesday, September 12, 2006

De como as Alminhas passaram o fim-de-semana em grande

Diz que foi no norte, para ao pé de Amarante/Celourico de Basto. Diz que era a quinta mais bonita que alguma vez tinham visto, um misto de sítio mágico e campestre, cheio de verde e de uvas e de água e flores e de borboletas.
Diz que um dia vai ser turismo rural e toda a gente vai poder conhecer, porque um sítio tão bonito tem de ser partilhado.
Chegámos ao Porto quase à meia noite de sexta-feira. Depois de muito quilómetro e vários soninhos ( basta que deixem de falar comigo durante três minutos para adormecer. Isto dá-me nos carros e na praia), entrámos, triunfantes, pois claro, no Capa Negra (II) para uma francesinha nocturna. O sítio estava cheio e as pessoas sempre a chegar. No fim da refeição sono era tanto que já não tínhamos a certeza de quem eramos ou onde estávamos. Mais uma hora até à quinta, mais um soninho. A cama só apareceu lá para as três da manhã.
O fim-de-semana passou-se entre piscina, comida, banho turco, comida, fotografias, comida, jogar party, comida, passeios, comida e sono. E comida.
O regresso, doloroso, foi feito apenas por duas alminhas (Mariana ficou por lá com o seu mais- que-tudo vulgo 4ª alminha) e de comboio. Novata nestas coisas de alfa pendulares, estava contentíssima com a experiência.
Quando o comboi chegou, feitas as despedidas, Leididi (eu), do alto do meu metro e setenta e pouco - digo pouco porque eu e o arquivo de identificação ainda não chegámos a acordo no que concerne à minha altura: eu acho que tenho 1,73, eles insistem que eu tenho 1,72. A minha mãe diz alegremente que eu tenho 1,72 e meio, o que dá imenso jeito. Ora eu, elegantíssima, de saco horrendo vermelho ( gentilmente oferecido pelo círculo de leitores) ao ombro, garrafas de vinho na mão e mala de gaja no outro ombro, vai de entrar para o comboio, quando, qual cinderela, deixo cair a bela da havaiana laranja. Vai de rabo para o ar, pé no chão, os sacos em risco de cair dos ombros, uma fila atrás para entrar, eu com ataque de riso que chega sempre na hora certa, Mary atrapalhada com tanta a coisa a dizer «eu não consigo apanhar, eu não consigo» e voilá, finalmente o chinelo perdido.
A viagem fez-se tranquilamente, não sem antes fazer uma visita à carruagem bar para pedir fones (a pilha do MP3 decidiu acabar e a CP tem rádiozinho nas carruagens) e chegar à conclusão de que a viagem de comboio, quando se está de pé, se assemelha perigosamente à de barco, com enjoos e tudo.
Como vizinhas do lado tínhamos três cegas que não se calaram a viagem toda, valha-nos Deus, que barulhentas. Eu, a certa altura, desliguei, mas Mary ainda ouviu umas histórias bem engraçadas que depois partilhou comigo, nomeadamente de quando uma delas disse bom dia a um caixote do lixo, pensando tratar-se duma pessoa.
Agora vejam as fotos bonitas, mesmo aí em baixo.

1 comment:

Sérgio Mak said...

Quando levares com uma viagem de mais de horas de comboio acompanhada de repelentes escuteiros em plena cantoria, non stop, contacta-me pois até lá todas as descrições de viagens com referências a tormentos soar-me-ão a coisas de criança...